Diferenças entre ptose palpebral e excesso de pele nas pálpebras

Diferenças entre ptose palpebral e excesso de pele nas pálpebras

As diferenças entre a ptose palpebral e o excesso de pele nas pálpebras (dermatocaláze) são importantes, principalmente se você está pensando em fazer uma cirurgia plástica na região palpebral, a chamada blefaroplastia.

Segundo Dra. Tatiana Nahas, oftalmologista, especialista em cirurgia de pálpebras e Chefe do Serviço de Plástica Ocular da Santa Casa de São Paulo, a ptose palpebral ocorre quando a pálpebra superior cai, ficando abaixo do nível normal ou esperado para essa estrutura. “A ptose acontece quando há uma disfunção isolada ou conjunta dos músculos responsáveis pela elevação da pálpebra”

Já a dermatocaláze é uma condição em que há aumento excessivo de pele nas pálpebras. Isso acaba dificultando o movimento palpebral superior, devido ao peso e à perda da força do músculo levantador das pálpebras.

Tipos de Ptose Palpebral

A ptose palpebral, também chamada de blefaroptose, ocorre por diferentes motivos, sendo que nenhum deles têm relação com o excesso de pele. Outro ponto importante é que a ptose palpebral pode ser congênita, nesse caso atingindo as crianças, ou ainda adquirida ao longo da vida.

“O diagnóstico da blefaroptose inclui a incapacidade do músculo elevador da pálpebra superior de subir a estrutura. O que diferencia a ptose de dermatocálaze é que todos os tipos de ptose afetam o funcionamento dos músculos ou nervos ligados aos movimentos palpebrais”, reforça Dra. Tatiana. Ou seja, a ptose tem uma origem mecânica e não estrutural, como é o caso do excesso de pele que atrapalha o movimento de levantar as pálpebras.

Veja abaixo os tipos de ptose palpebral adquiridas:

  • Ptose palpebral neurogênica: ocorre quando há algum dano ou lesão no nervo oculomotor ou na via simpática ocular. É comum ocorrer em síndromes genéticas, como Horner ou Marcus Gunn.
  • Ptose palpebral miogênica: está associada à distrofia do músculo levantador e está relacionada a doenças como miastenia gravis, oftalmoplegia crônica progressiva, entre outras.
  • Ptose palpebral aponeurótica: ocorre quando há deiscência (abertura), alongamento ou desinserção da aponeurose do músculo levantador da pálpebra.
  • Ptose palpebral mecânica: a queda está ligada ao aumento do peso da pálpebra pela presença de tumores ou de outras lesões. Aqui também se enquadram fatores como pós-cirúrgico de catarata, inflamações e uso de lentes de contato.

Dermatocaláze: a origem

Segundo Dra. Tatiana, na maioria dos casos a dermatocaláze está associada ao processo natural do envelhecimento, que leva a uma maior flacidez da pele e enfraquecimento dos músculos e tecidos.

“A dermatocaláze também está relacionada ao tabagismo, perda da elasticidade da pele, enfraquecimento do tecido conjuntivo das pálpebras, insuficiência de colágeno, orbitopatia relacionada à tireoide, insuficiência renal, traumas na região, cútis laxa, síndrome de Ehlers-Danlos, amiloidose, edema angioneurótico hereditário e xantelasma”, cita a especialista.

Autodiagnóstico gera confusão

Como para um leigo pode ser difícil diferenciar se a pálpebra caiu por excesso de pele ou por um problema neuromuscular, os pacientes acabam recorrendo as pesquisas na internet e chegam ao consultório confusos.

“É muito importante diferenciar a dermatocaláze da ptose palpebral. Inclusive, esse excesso de pele pode se apresentar como uma pseudoptose, mas são diagnósticos diferentes. Há ainda outros diagnósticos diferenciais que o médico precisa descartar quando se trata de dermatocaláze”, reforça Dra. Tatiana.

Por isso, a recomendação é consultar um oftalmologista, especialista em doenças das pálpebras.

Tratamento cirúrgico

“O tratamento padrão ouro para a dermatocaláze é a blefaroplastia, cirurgia plástica que irá remover o excesso de pele e devolver o padrão estético”, comenta Dra. Tatiana, especialista em cirurgia de pálpebras.

Porém, a cirurgia nem sempre será indicada para os casos de ptose. “O grau de severidade da ptose depende da porção dos olhos que fica coberta pela pálpebra. Pessoas que apresentam uma queda muito acentuada precisam fazer a cirurgia, pois podem ter perda da acuidade visual”, ressalta a especialista.

Alterações muito sutis, ou que não comprometem tanto a visão, podem exigir apenas um acompanhamento periódico. Nestes casos, a cirurgia seria apenas uma opção para adequar a estética.

É possível prevenir?

O envelhecimento natural é o principal fator de risco. Portanto, não é um aspecto evitável. Mas, adotar bons hábitos, como não fumar, proteger as pálpebras do sol, diminuir a ingestão de sal e sódio e manter a pele das pálpebras bem hidratada podem ser medidas preventivas.

O mais importante é procurar um oftalmologista especialista em doenças das pálpebras para uma avaliação minuciosa. Somente esse profissional está apto para diagnosticar e tratar, seja a ptose ou excesso de pele nas pálpebras.

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4 thoughts on “Diferenças entre ptose palpebral e excesso de pele nas pálpebras

  1. Dra estou com esse problema de?nao saber a causa da minga aptose.ja fui a varios medicos..fiz varios exames deram negativo para miastenia porem alguns medicos dizem que pode ser.me incomoda muito para ker e ver tv.poderia me ajudar?

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