O que é meibomite? Sinais, Sintomas e Tratamento

O que é meibomite? Sinais, Sintomas e Tratamento

Hoje vamos falar sobre o que é meibomite, doença que afeta as glândulas sebáceas das pálpebras. Para além disso, vamos esclarecer quais os sinais, sintomas e como funciona o tratamento com a Luz Intensa Pulsada (IPL).

Para isso, vamos entrevistar a oftalmologista, Dra. Tatiana Nahas, especialista em cirurgia plástica ocular e anexos palpebrais.

O que é meibomite?

Primeiramente, vamos entender qual a origem desse termo tão diferente, “meibomite”. Trata-se de uma referência ao nome das glândulas de Meibômio, que são as glândulas sebáceas das pálpebras. Essas estruturas levam esse nome em homenagem ao médico que as descreveu pela primeira vez, Heinrich Meibom. Dessa forma, o termo “meibomite” se refere à inflamação dessas glândulas.

“Poucas pessoas sabem, mas as margens das nossas pálpebras possuem inúmeras glândulas meibomianas, que liberam o meibum, substância oleosa que compõe a camada gordurosa do filme lacrimal. Acima de tudo, o meibum é crucial para a lubrificação e nutrição da superfície ocular”, comenta Dra. Tatiana.

De acordo com a especialista, nós temos cerca de 20 a 40 glândulas meibomianas em cada pálpebra inferior e de 30 a 40 glândulas em cada pálpebra superior. “As glândulas liberam meibum lentamente o tempo todo. E para quem não sabe, toda vez que piscamos, ocorre a liberação do meibum. Ou seja, o ato de piscar é crucial para a superfície ocular”.

“Portanto, a meibomite é uma inflamação crônica das pequenas glândulas sebáceas que revestem as pálpebras superiores e inferiores. Normalmente, essa inflamação acontece devido à obstrução dos ductos dessas glândulas. Sendo assim, a partir desse entupimento, há alteração na quantidade e na composição do meibum”, explica a oftalmologista.

Sinais e sintomas– O que você precisa saber

Como vimos acima, o meibum é crucial para a saúde da superfície ocular, mantendo os olhos lubrificados e a córnea nutrida. Contudo, na presença da meibomite, a lágrima vai evaporar mais rápido, levando ao ressecamento ocular.

“Além da secura ocular, o paciente vai experimentar sintomas como visão turva, sensação de areia nos olhos, vermelhidão nos olhos e nas margens das pálpebras, irritação, inchaço palpebral, coceira, ardência, sensibilidade à luz e ao toque. Em muitos casos, a meibomite deixa o paciente mais suscetível à proliferação de bactérias, que por sua vez podem levar a episódios recorrentes de terçol. Já a obstrução das glândulas pode resultar no desenvolvimento de calázio de repetição”, alerta Dra. Tatiana.

Por fim, vale lembrar que a meibomite, na maioria dos casos, também tem associação com quadros de síndrome do olho seco e de blefarite, que é uma inflamação que ocorre nas margens palpebrais.

Quem pode ter meibomite?

A meibomite pode afetar pessoas de todas as idades, até mesmo bebês. Entretanto, a prevalência é maior em adultos, especialmente após os 50 anos. Outros fatores de risco são:

  • Dermatite seborreica;
  • Rosácea;
  • Menopausa;
  • Uso de hormônios (testosterona e reposição hormonal);
  • Envelhecimento;
  • Uso prolongado de lentes de contato – quanto maior o tempo de uso, maior o risco de desenvolver problemas nas glândulas meibomianas;
  • Uso de certos medicamentos, como o ácido retinóico (para tratamento da acne);
  • Uso excessivo de telas, devido à redução da taxa de piscadas;
  • Diabetes.

Diagnóstico e tratamento da meibomite

Na presença dos sintomas da meibomite, é preciso procurar um oftalmologista especialista em doenças das pálpebras. Há diversos exames que podem detectar alterações nas glândulas meibomianas, que são realizados durante a consulta.

“O exame de lâmpada de fenda, por exemplo, permite observar os olhos em detalhes e ajuda a descobrir quaisquer anormalidades nas glândulas meibomianas. Também podemos usar recursos para analisar os lipídios, bem como medir a produção do sebo, além de examinar as glândulas para detectar a obstrução delas”, comenta Dra. Tatiana.   

Geralmente, o tratamento de todas as doenças que atingem as glândulas sebáceas das pálpebras é um desafio. Uma das razões é que há um processo inflamatório crônico, que leva aos sintomas. Dessa forma, é preciso tratar a origem, a causa primária (inflamação), mas normalmente o foco é em aliviar os sintomas.

Mas, a boa notícia é que já existe um tratamento que combate tanto os sintomas, como a causa, ou seja, a inflamação:  a luz intensa pulsada (IPL).

Como funciona o tratamento com a IPL

A IRPL® (Intense Regulated Pulsed Light), popularmente conhecida como luz pulsada, é uma tecnologia que emite uma energia luminosa, que se transforma em calor durante a aplicação.

“O calor atua de várias maneiras: amolece o sebo acumulado; reduz o processo inflamatório e acaba com a infestação de ácaros Demodex e bactérias. Logo após a aplicação, o oftalmologista realiza a remoção manual das secreções que obstruem os ductos glandulares. A partir disso, ocorre o restabelecimento da função das glândulas meibomianas. Outro efeito crucial da IPL é a remissão dos sintomas, em longo prazo”, finaliza Dra. Tatiana.

O tratamento da meibomite com a IPL pode consistir em 3 ou 4 aplicações, realizadas com intervalo de 15 dias. Recomenda-se ainda um tratamento completo anual, para manutenção dos resultados.

Quer entender melhor como funciona o tratamento da meibomite com a IPL? Leia mais aqui.

Dra. Tatiana Nahas é oftalmologista especialista em doenças das pálpebras. A médica atende em seu consultório no Itaim Bibi, na cidade de São Paulo e realiza o tratamento do terçol com luz pulsada.

O consultório fica na região do Itaim Bibi, na cidade de São Paulo.

Para mais informações, ligue para (11) 3071-3423

Matéria produzida pela jornalista pela Leda Maria Sangiorgio MTB 30.714 É expressamente proibida a cópia parcial ou total do material, sob pena da Lei de Direitos Autorais, número 10.695. 

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