Além das olheiras, que incomodam muitas pessoas, há outras condições que afetam a região dos olhos e podem levar a um aspecto de cansaço e envelhecimento. Estamos falando da bolsa palpebral, da bolsa malar e dos festoons (dobras da pele) que aparecem nas pálpebras inferiores e na região malar (maçãs do rosto).
Esse trio é considerado bem problemático, pois o tratamento estético pode ser um verdadeiro desafio para os médicos. Eles podem aparecer isoladamente ou combinados. Segundo Dra. Tatiana Nahas, oftalmologista, especialista em cirurgia de pálpebras e Chefe do Serviço de Plástica Ocular da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, o mais conhecido do público leigo é a bolsa palpebral, que é uma protusão de gordura que surge nas pálpebras inferiores.
Já a bolsa malar é uma elevação da gordura que se forma na região malar, a parte de cima das bochechas. Por fim, temos os festoons que são dobras da pele que podem ocorrer tanto nas pálpebras inferiores, como na região malar. “A bolsa malar é uma condição complexa. Ela pode surgir como resultado da retenção de líquidos pelo corpo, pelo consumo excessivo de álcool e cigarro, devido a processos alérgicos, doenças renais, hepáticas ou ainda por uma questão de predisposição genética. A ingestão elevada de sal e sódio também pode piorar o quadro”, explica a médica.
Nem sempre cirurgia é indicada
A blefaroplastia é uma das cirurgias plásticas mais realizadas no Brasil, porém nem sempre este procedimento irá resolver esse trio. “Nem todas as pessoas têm indicação de blefaroplastia inferior. Depende muito do formato da órbita de cada paciente, se há bolsas de gordura aparentes, se o olho é fundo, se tem olheira, edema malar, etc. Por isso, é preciso muito cuidado, pois às vezes uma blefaroplastia inferior pode comprometer o olhar se não for bem indicada”, comenta Dra. Tatiana.
De acordo com a especialista, a bolsa malar quase nunca é cirúrgica. “Hoje, um dos procedimentos mais usados para tratar o edema malar é o preenchimento facial. O ácido hialurônico disfarça a bolsa malar, pois substitui a perda de volume facial ao redor da bolsa, tornando-a menos aparente após o procedimento”, diz a médica.
Mas, antes de indicar qualquer tratamento, é preciso avaliar as causas clínicas do edema malar. “Se é causado por hábitos como fumar, consumir álcool em excesso, pela ingestão elevada de sal e sódio e por doenças crônicas, a tendência é que o edema volte a se formar”, comenta Dra. Tatiana.
“A bolsa palpebral geralmente é retirada pela via transconjuntival sem deixar cicatrizes na pele. Os festoons também são de difícil tratamento. Neste caso, tanto a retirada de pele quanto o estímulo de colágeno na pele são coadjuvantes na melhora dessa condição”, afirma a médica.
Dá para prevenir?
“A pele do rosto é a primeira a sofrer com o processo do envelhecimento. A primeira dica é usar o protetor solar sempre, limpar e hidratar muito bem a pele. Manter bons hábitos como beber bastante água, não fumar, consumir álcool com moderação, dormir bem e diminuir o consumo de sal e sódio também são fatores de proteção. Mas, essas condições estão relacionadas também à predisposição genética, por isso nem sempre serão evitáveis”, conclui Dra. Tatiana.