O câncer de pele nas pálpebras não é muito comum, mas é uma condição que exige tratamento precoce. Infelizmente, muitas pessoas desconhecem que existem neoplasias que atingem a pele da região periocular. Este desconhecimento pode atrasar o diagnóstico e o tratamento. Por isso, é muito importante disseminar informações este tipo de tumor.
Câncer de Pele nas pálpebras é lembrado durante o Dezembro Laranja
O mês de dezembro foi escolhido para abordar o câncer de pele por meio do movimento Dezembro Laranja. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer da pele é o mais comum entre os brasileiros, representando 33% de todos os diagnósticos da doença.
Segundo Dra. Tatiana Nahas, oftalmologista especialista em cirurgia plástica ocular, o câncer de pele é causado pelo crescimento anormal de células da pele. “Existem vários tipos de câncer de pele, sendo o carcinoma basocelular o mais comum na região das pálpebras. Em geral, os tumores palpebrais costumam ser detectados mais precocemente quando comparados a outros tipos de câncer de pele. A razão é que as lesões são mais evidentes e levam o paciente ao médico mais cedo”.
Manchas, bolinhas e verrugas
Em geral, as lesões de câncer de pele nas pálpebras surgem em forma de pintas, manchas, bolinhas ou verrugas. Estas lesões podem se desenvolver em ambas as pálpebras, sendo mais prevalentes na região palpebral inferior.
“O primeiro sinal do carcinoma basocelular nas pálpebras é o aparecimento de um nódulo duro ou de uma bolha de cor rosada ou sem cor. Essas lesões podem sangrar e formar crostas. A lesão pode ainda levar à perda dos cílios”, explica a médica.
Exposição ao sol é principal fator de risco
A falta de proteção contra o sol na região periocular é o principal fator de risco para o desenvolvimento do câncer de pele nas pálpebras. Em geral, a maior prevalência é em pessoas entre 50 e 80 anos com pele clara. Alguns estudos apontam que o câncer de pele nas pálpebras é mais prevalente nos homens.
“Uma das explicações é que as mulheres adotam mais cuidados quando se trata de proteção contra os raios solares. Muitas usam maquiagens e cremes de cuidados diários que possuem fator de proteção. Além disto, costumam usar chapéus e bonés, o que também contribuem para um nível maior de proteção”, comenta Dra. Tatiana.
Como é feito o tratamento do câncer de pele nas pálpebras
Na maior parte dos casos, o tratamento do câncer de pele nas pálpebras é feito com a remoção cirúrgica da lesão. Esta cirurgia é feita por um oculoplasta, já que é uma região muito delicada com necessidade de cirurgia plástica reparadora.
Para além disto, este profissional conhece de forma minuciosa as estruturas oculares e isto é essencial para prevenir danos na visão. Após a remoção, o oncologista irá decidir qual tratamento clínico ou medicamentoso o paciente irá precisar.
“Felizmente, quando o câncer de pele nas pálpebras é diagnosticado e tratado precocemente tem uma boa chance de cura boa. Este tratamento rápido também ajuda a prevenir as metástases, que são raras neste tipo de neoplasia”, ressalta Dra. Tatiana.
Proteja suas pálpebras do sol e previna o câncer de pele
Os efeitos nocivos dos raios solares são bastante conhecidos. Apesar disto, muitas pessoas esquecem de proteger a região dos olhos do sol. “Outro aspecto é que, infelizmente, há um desconhecimento da população a respeito da necessidade de investir em óculos de sol que possuam as lentes contra os raios UVA/UVB. É importante conscientizar as pessoas que óculos de comércios populares, normalmente, não têm esta proteção”, alerta a oftalmologista.
“Portanto, além de se certificar de que os óculos têm lentes contra os raios solares, é preciso usar protetor solar nas pálpebras inferiores, bem como usar chapéus e bonés para reforçar a proteção. Por fim, ao notar manchas, verrugas e outras lesões nas pálpebras, a pessoa precisa procurar um oftalmologista assim que possível para confirmar ou descartar o diagnóstico”, finaliza Dra. Tatiana.