Blefarite em crianças – Sinais Sintomas e Tratamento

Blefarite em crianças – Sinais Sintomas e Tratamento

A blefarite em crianças pode interferir bastante na qualidade de vida e até mesmo na visão dos pequenos. Entretanto, o diagnóstico e o tratamento podem ocorrer de forma tardia, já que a doença não é tão conhecida pela população em geral. Além disso, como também não é tão comum em crianças, pode passar despercebida pelos pais.

Para falar mais sobre a blefarite em crianças, hoje vamos entrevistar a oftalmologista Dra. Tatiana Nahas, especialista em cirurgia plástica ocular e anexos palpebrais.

Blefarite – Conheça essa inflamação crônica nas pálpebras

A blefarite é uma doença oftalmológica que se caracteriza por uma inflamação crônica nas margens das pálpebras. “Em geral, ocorre devido a alterações nas glândulas sebáceas palpebrais, as glândulas de Meibômio. Essas estruturas produzem e secretam o meibum, sebo que compõe uma das camadas do filme lacrimal. Sendo assim, o meibum é crucial para manter a superfície ocular nutrida e lubrificada”, explica Dra. Tatiana.  

“Contudo, em algumas pessoas, inclusive em crianças, podem ocorrer problemas no funcionamento das glândulas meibomianas. Isso, por sua vez, pode alterar a qualidade e a quantidade do meibum, além de obstruir os ductos glandulares. Como resultado, o paciente pode desenvolver a blefarite”, complementa a médica.

A blefarite é uma das doenças oculares mais comuns em toda a população. Entretanto, é mais prevalente em adultos, especialmente a partir dos 50 anos. Por outro lado, também afeta crianças e adolescentes. Dessa forma, é importante que os pais fiquem atentos aos sinais e sintomas da blefarite.  

Blefarite em crianças costuma aparecer entre os 3 e 5 anos de idade

Segundo um estudo, a blefarite em crianças costuma se desenvolver entre 3 e 5 anos de idade.  No entanto, o diagnóstico costuma ser tardio e, muitas vezes, equivocado. Embora não haja um consenso sobre a prevalência da blefarite na população pediátrica, estima-se que a doença é motivo de encaminhamento da criança para um oftalmologista entre 12 e 15% dos casos.

Sinais e sintomas da blefarite em crianças

Primeiramente, é importante esclarecer que a blefarite pode ser leve e, nesses casos, pode ser assintomática. Em contrapartida, algumas crianças podem desenvolver sintomas mais intensos, que podem afetar a qualidade de vida e até mesmo a visão.

“Nas formas mais severas da blefarite em crianças, observamos quadros recorrentes de terçol e de calázio, por exemplo. Os olhos costumam ficar vermelhos, lacrimejantes, podem coçar e arder. As margens das pálpebras também ficam avermelhadas e ligeiramente inchadas. Outro sinal típico da blefarite é a formação de crostas na base dos cílios”, comenta Dra. Tatiana.  

“Nesses casos, por exemplo, as pálpebras da criança podem, literalmente, amanhecer grudadas. A perda de cílios também é um sinal comum na blefarite. No contexto pediátrico, a blefarite pode ainda levar ao desenvolvimento da blefaroceratoconjuntivite. Em outras palavras, pode levar a uma inflamação que atinge as pálpebras, a conjuntiva e a córnea”, alerta a oftalmologista.  

Fatores de risco da blefarite na população infantil

Inicialmente, os fatores de risco da blefarite em crianças são parecidos com os dos adultos. Todavia, na população infantil, a blefarite pode ocorrer devido a micro-organismos, como a Staphylococcus aureus. Trata-se de uma bactéria frequentemente encontrada na pele e nas fossas nasais de pessoas saudáveis.

Outra causa comum da blefarite em crianças é a dermatite seborreica. Um estudo revelou que 95% dos pacientes com blefarite apresentavam evidências de dermatite seborreica (DS). Essa condição é bastante prevalente na infância, especialmente nos primeiros meses de vida. “A DS se caracteriza por uma inflamação crônica na pele, que leva à descamação da pele e à formação de placas oleosas e irregulares, especialmente no couro cabeludo. Em bebês, chamamos de crosta láctea, podendo atingir também as sobrancelhas e outras dobrinhas”, conta Dra. Tatiana.

Alguns estudos apontaram que a dermatite seborreica nos bebês pode ter duas causas. A primeira seria um proliferação de uma levedura, chamada Malassezia, que ao liberar substâncias pode desencadear uma reação inflamatória.

Outra sugestão é que os hormônios maternos super estimulam as glândulas sebáceas na pele dos recém-nascidos, produzindo uma camada oleosa, que impede a descamação das células velhas da pele. Essa teoria hormonal é corroborada pela ocorrência da dermatite seborreica na infância e, novamente, na puberdade. Por fim, a rosácea, uma doença de pele, é outro fator de risco para blefarite, seja em crianças ou em adultos.

Como tratar a blefarite em crianças

“O tratamento da blefarite em crianças começa pela higiene na região palpebral. Acima de tudo, os pais devem manter as pálpebras limpas e sem secreções. Para a limpeza, deve-se usar compressas mornas para amolecer as secreções. O ideal é usar água filtrada, com um pouco de xampu neutro infantil. Um alerta importante é que não se deve usar água boricada e nem soro fisiológico nos olhos. A recomendação é ferver água ou usar água filtrada, deixando-a morna”, ressalta Dra. Tatiana.

“Por outro lado, quando a blefarite não melhora e a criança passa a apresentar terçol e calázio de repetição, o ideal é procurar um oftalmologista para uma avaliação mais minuciosa. Em casos mais severos, pode ser preciso entrar com certos medicamentos e outras abordagens terapêuticas”, finaliza a especialista.

Dra. Tatiana Nahas é oftalmologista especialista em cirurgia plástica ocular e anexos palpebrais. A médica atende em seu consultório no Itaim Bibi, na cidade de São Paulo.

O consultório fica na região do Itaim Bibi, na cidade de São Paulo.

Para mais informações, ligue para (11) 3071-3423

Matéria produzida pela jornalista pela Leda Maria Sangiorgio MTB 30.714 É expressamente proibido a cópia parcial ou total do material, sob pena da Lei de Direitos Autorais, número 10.695. 

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