A maioria das pessoas tem dificuldade em entender as diferenças entre o terçol e o calázio. Por isso, hoje vamos falar sobre estas duas doenças oftalmológicas para esclarecer, definitivamente, as diferenças entre elas.
O terçol, nome popular para o hordéolo, é uma infecção bacteriana que atinge as margens palpebrais. Semelhante a uma espinha, o terçol é resultado da obstrução e infecção das glândulas sebáceas das pálpebras, normalmente das glândulas de Zeis e Moll.
Segundo Dra. Tatiana Nahas, oftalmologista geral e especialista em cirurgia plástica ocular, o terçol se caracteriza pelo surgimento de uma bolinha vermelha na borda da pálpebra, bem próxima aos cílios. “A região em que o terçol se desenvolve fica vermelha, inchada e dolorida. O paciente pode sentir dor ao tocar a área. Conforme a condição evolui, surge um ponto de pus e, com isso, a lesão fica bem parecida com uma espinha”.
Já o calázio é uma inflamação que se caracteriza pelo surgimento de um cisto ou nódulo na parte interna das pálpebras. A causa é a obstrução das glândulas de Meibômio, que produzem a parte oleosa do filme lacrimal. “Geralmente, o calázio não dói, mas a região fica vermelha, inchada e mais quente, ou seja, com sinais típicos de uma inflamação. Dependendo do tamanho, o calázio pode causar lacrimejamento, irritação nos olhos e leve embaçamento da visão”, explica Dra. Tatiana.
Principais diferenças entre o terçol e o calázio
- Terçol é uma infecção bacteriana que atinge as margens das pálpebras
- Calázio é uma inflamação que afeta a parte interna das pálpebras
- O terçol costuma doer e o calázio costuma ser indolor
- Conforme o terçol evolui, a lesão se enche de pus, lembrando uma espinha
- O calázio não apresenta pus, pois não é uma infecção e sim uma inflamação
- O terçol causa mais sintomas que o calázio, como sensibilidade à luz, coceira e irritação nos olhos
Apesar das diferenças entre o terçol e o calázio, fatores de risco são semelhantes
O terçol é uma das doenças oculares mais comuns em todo o mundo. Inclusive, todas as pessoas em algum momento da vida já tiveram ou terão um hordéolo. O calázio é menos comum, mas também pode acontecer com qualquer pessoa.
Por outro lado, há alguns fatores de risco que aumenta chance de uma pessoa desenvolver um terçol ou um calázio. Para além disto, há pessoas que podem apresentar crises recorrentes destas duas condições.
“Em geral, pessoas com rosácea, dermatite seborreica, blefarite, meibomite e olho seco, costumam ter mais episódios de terçol e calázio do que a população em geral. A explicação é que todas estas doenças estão relacionadas à disfunção das glândulas meibomianas”, aponta Dra. Tatiana.
Entre outros fatores de risco do terçol estão:
- Manipular os olhos com as mãos sujas
- Usar maquiagem vencida, bem como não remover a maquiagem de maneira adequada
- Não higienizar corretamente as lentes de contato
- Fazer reposição hormonal, principalmente com testosterona
Seja como for, as diferenças entre o terçol e o calázio são importantes. Por outro lado, ambas as condições, de forma geral, são autolimitadas. Isto quer dizer que melhoram sem necessidade de tratamento.
“A melhora espontânea dos quadros de hordéolo e calázio é mais comum em pessoas que apresentam episódios esporádicos. Nestes casos, a principal recomendação é realizar compressas mornas, várias vezes ao longo dia. Isto ajuda a amolecer as secreções até o desaparecimento das lesões”, comenta a especialista.
Todavia, quem apresenta crises de repetição precisa de uma avaliação mais completa e, em muitos casos, é necessário realizar a drenagem ou até mesmo uma cirurgia para remover o calázio, por exemplo.
Luz Intensa Pulsada trata terçol e calázio de repetição
A boa notícia para quem sofre com episódios constantes de calázio e terçol é o uso da Luz Intensa Pulsada. “Trata-se de uma energia térmica que age em 3 frentes: reduz os fatores inflamatórios, elimina micro-organismos com as bactérias, além de amolecer as secreções acumuladas nas glândulas sebáceas”, diz Dra. Tatiana.
Nos últimos anos, vários estudos foram conduzidos para avaliar a eficácia da IPL para as doenças relacionadas a disfunção das glândulas meibomianas. Um estudo publicado no periódico científico Frontier in Medicine apontou que a combinação da luz intensa pulsada com a extração manual da secreção acumulada é um tratamento eficaz e de baixo risco para reduzir a taxa de recorrência do calázio. Além disso, melhora a função das glândulas de Meibômio.
Como funciona a IPL
Ao todo são realizadas 3 sessões a cada 15 dias, com recomendação de uma sessão anula para manutenção dos resultados. O oftalmologista aplica a IPL e, em seguida, realiza a expressão das glândulas, sendo esta etapa crucial para a desobstrução das glândulas. Os resultados do tratamento do terçol e do calázio de repetição com a IPL são excelentes, como remissão das crises em longo prazo.”, finaliza Dra. Tatiana.