Os olhos são a janela da alma e o espelho do mundo. E, em tempos de pandemia, eles nunca estiveram tanto em evidência. Isso porque, a única região que fica descoberta pela máscara de proteção é a ocular. E isso pode não ser muito bom para quem já passou dos 35 anos, idade em que geralmente começam a surgir os primeiros sinais de envelhecimento facial.
Segundo Dra. Tatiana Nahas, especialista em cirurgia plástica ocular e Chefe do Serviço de Plástica Ocular da Santa Casa de São Paulo, a procura por tratamentos que melhoram o aspecto da região dos olhos está em alta. “Antes da máscara se tornar obrigatória, quem já tinha algum sinal de envelhecimento nas pálpebras ou no terço superior da face, podia usar algumas estratégias para disfarçar as imperfeições, chamando a atenção para outras áreas da face”, comenta.
“Porém, o uso da máscara evidencia tanto a beleza, quanto os sinais de envelhecimento da região periocular. Entre eles estão as rugas nas pálpebras, popularmente chamadas de “pés de galinha”, o excesso de pele palpebral, a queda das pálpebras superiores, as bolsas de gordura nas pálpebras inferiores e as olheiras”, comenta Dra. Tatiana.
Um olhar vale mais que mil palavras
Além do aspecto estético, como a boca também fica oculta na máscara, os olhos começaram a exercer um papel muito importante na comunicação interpessoal. “E, como o uso obrigatório da máscara não tem data para terminar, melhorar a aparência da região ocular passou a ser um desejo de muitas pessoas, principalmente daquelas já voltaram a trabalhar de forma presencial ou para profissionais cuja estética é relevante”, confirma Dra. Tatiana.
Os mais procurados
Entre os tratamentos mais procurados no consultório estão a aplicação de toxina botulínica e o preenchimento com ácido hialurônico. “A toxina botulínica é usada, principalmente, para melhorar a aparência das rugas no canto das pálpebras e na região da glabela (região entre as sobrancelhas)”, diz a especialista.
“Há pessoas que acabam desenvolvendo uma marca de expressão importante no meio das sobrancelhas. Essa ruga impacta bastante no olhar e pode ser tratada para evitar que se torne definitiva. As rugas no canto das pálpebras, bem como a queda das sobrancelhas podem melhorar com a aplicação da toxina botulínica”, explica Dra. Tatiana.
Já a perda do volume facial pode ser tratada com o preenchimento com ácido hialurônico. “A harmonia facial depende de muitos fatores. Nesse momento, os terços médio e superior estão em evidência devido ao uso da máscara. Porém, o tratamento precisa levar em consideração toda a face para atingir um equilíbrio”, ressalta a médica.
Blefaroplastia também está na lista
Apesar das dificuldades de ficar em casa, conciliando trabalho, casa, filhos e outras atividades, a quarentena motivou algumas pessoas a aproveitarem esse tempo de recolhimento para fazer cirurgias plásticas, já que esses procedimentos demandam repouso.
“A busca pela blefaroplastia, cirurgia plástica feita nas pálpebras, está sendo maior do que o esperado para essa época do ano. Além da necessidade de ficar em casa, devido a pandemia muitas pessoas economizaram em viagens, refeições fora de casa e outros itens que se tornaram desnecessários ou proibidos durante a quarentena. Assim, estão investindo nos cuidados com a estética e saúde”, comenta Dra. Tatiana.
Portanto, apesar das dificuldades que todos enfrentam na pandemia, a quarentena é um momento importante para olhar para si mesmo e ter um tempo para se cuidar, o que certamente contribui para o bem-estar físico e mental.