Blefarite na menopausa atinge boa parte das mulheres

Blefarite na menopausa atinge boa parte das mulheres

A blefarite na menopausa atinge boa parte das mulheres. Sendo assim, a inflamação crônica nas pálpebras pode ser mais comum nessa fase da vida.

Para entender o porquê de a blefarite na menopausa ser mais comum, hoje vamos entrevistar Dra. Tatiana Nahas, oftalmologista geral, especialista em cirurgia plástica ocular e anexos palpebrais.

Blefarite na menopausa tem relação com mudanças hormonais

Primeiramente, é importante entender que o risco maior de desenvolver blefarite na menopausa tem associação com as mudanças hormonais. Segundo Dra. Tatiana, os hormônios sexuais, como o estrogênio e a testosterona, participam do funcionamento das glândulas lacrimais e sebáceas dos olhos, essas últimas chamadas de glândulas de Meibômio.

“As glândulas sebáceas das pálpebras produzem o meibum, substância oleosa que compõe uma das camadas do filme lacrimal. Dessa maneira, a camada lipídica da lágrima é essencial para lubrificar e nutrir a superfície ocular. Contudo, na menopausa acontecem alterações na produção e secreção dos hormônios sexuais. Como resultado, há mudanças também na produção e secreção do meibum”, explica a especialista.

“Para além disto, a reposição hormonal, principalmente de testosterona, aumenta a produção de sebo, podendo acarretar obstrução dos ductos das glândulas sebáceas. Todos esses fatores aumentam a chance de a mulher desenvolver a blefarite e outras doenças da superfície ocular, como a síndrome do olho seco, terçol e calázio de repetição”, aponta Dra. Tatiana.


Segundo dados de um estudo relativamente recente, publicado no periódico Cureous, do grupo Nature, o risco de desenvolver a blefarite aumentou significativamente no período pós-menopausa. Um dos principais motivos, apontados pelos pesquisadores, é a redução das taxas de testosterona e do estrogênio, que possuem um efeito anti-inflamatório nas glândulas meibomianas, o que reduz a incidência da blefarite em mulheres que ainda não entraram na menopausa.

Sinais e Sintomas

Os sinais da blefarite na menopausa são bem típicos, como:

  • Coceira nas pálpebras
  • Vermelhidão ocular
  • Pálpebras inchadas e vermelhas
  • Sensibilidade à luz
  • Perda de cílios
  • Ardência no olhos
  • Formação de crostas nas margens das pálpebras, que lembram a caspa que ocorre no couro cabeludo
  • Olhos grudados e com secreção acumulada pela manhã

“Outro problema comum em mulheres na menopausa é a síndrome do olho seco, que também tem relação com problemas nas glândulas meibomianas. Com isso, podem aparecer os sintomas do olho seco em conjunto com os da blefarite, como secura ocular mais intensa, lacrimejamento e ardência nos olhos”, reforça Dra. Tatiana.

Tratamento da blefarite na menopausa – O que funciona

O tratamento da blefarite na menopausa depende de vários fatores, como a intensidade dos sintomas e o quanto eles prejudicam a qualidade de vida. Dessa forma, as mulheres que sofrem mais com as manifestações devem procurar um oftalmologista para avaliação.

“Atualmente, temos disponível a Luz Intensa Pulsada (IPL). Trata-se de uma tecnologia relativamente recente, que apresenta ótimos resultados no tratamento da blefarite e das doenças da superfície ocular em geral. Na aplicação, a luz pulsada se transforma em calor. Dessa forma, essa energia térmica consegue amolecer as secreções endurecidas nas glândulas sebáceas. Além disso, a luz pulsada cauteriza os vasos sanguíneos que alimentam a inflamação crônica.

“Por fim, normalmente a blefarite tem associação com a proliferação de micro-organismos, como os ácaros Demodex, que agravam o quadro. Agora, a boa notícia é que a IPL também consegue eliminar essa infestação, bem como bactérias que também costumam estar presentes na região palpebral.

A aplicação da luz pulsada é tranquila, realizada em consultório. Ao todo são três sessões, com intervalos de 15 dias. Recomenda-se uma sessão anual de manutenção”, conclui Dra. Tatiana.

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Dra. Tatiana Nahas é oftalmologista especialista em cirurgia plástica ocular e anexos palpebrais. A médica atende em seu consultório no Itaim Bibi, na cidade de São Paulo.

O consultório fica na região do Itaim Bibi, na cidade de São Paulo.

Para mais informações, ligue para (11) 3071-3423

Matéria produzida pela jornalista pela Leda Maria Sangiorgio MTB 30.714 É expressamente proibida a cópia parcial ou total do material, sob pena da Lei de Direitos Autorais, número 10.695. 

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