Luz Intensa Pulsada para doenças oculares – Como funciona

Luz Intensa Pulsada para doenças oculares – Como funciona

A luz intensa pulsada (IPL) para doenças oculares é um tratamento relativamente recente, principalmente no Brasil. Inicialmente, obteve a aprovação das autoridades de saúde para tratar a síndrome do olho seco. Contudo, ao longo dos anos, as evidências científicas e estudos mostraram que a IPL também é eficaz para outras condições oftalmológicas, como blefarite, terçol, calázio e meibomite.

Para entender como funciona a luz intensa pulsada para doenças oculares, hoje vamos entrevistar a oftalmologista Dra. Tatiana Nahas, especialista em cirurgia plástica ocular e anexos palpebrais.

Luz Intensa Pulsada para doenças oculares – Como tudo começou

Primeiramente, é importante saber que apesar da luz intensa pulsada ser mais conhecida na área da dermatologia, atualmente o tratamento também visa às doenças oculares. Mas, é importante entender um pouco da história da IPL, que começou nos anos 90, nos Estados Unidos. A criação da tecnologia da luz pulsada é Shimon Eckhouse, um engenheiro aeroespacial israelense.

Em abril de 1992 em San Diego (EUA), dois médicos dermatologistas perceberam que a IPL era capaz de melhorar o tratamento de telangiectasias nas pernas, aqueles pequenos vasos sanguíneos dilatados sob a pele. Dessa forma, nos anos seguintes o tratamento com a luz pulsada avançou para doenças como telangiectasias faciais, cicatrizes hipertróficas, hemangiomas, lesões venosas, acne e rosácea.  

Uso da luz intensa pulsada para doenças oculares foi acidental

Como vimos acima, a luz pulsada, inicialmente, tinha indicação para tratar doenças vasculares e dermatológicas. Então, como o tratamento chegou na área da oftalmologia?

Em 2002, Dr. Roland Toyos, um oftalmologista norte-americano, passou a usar a IPL em sua clínica, para tratamentos estéticos e para doenças de pele, como acne e rosácea. “Toyos notou que alguns pacientes que tinham diagnóstico tanto de rosácea como de olho seco, apresentavam melhoras dos sintomas oculares ao passarem pelas sessões da luz pulsada. Assim, podemos dizer que a descoberta de que a IPL era eficaz para algumas condições oftalmológicas foi acidental”, comenta Dra. Tatiana.

Posteriormente, foram necessários estudos para desenvolver uma IPL específica para tratar as doenças oculares. “Vale reforçar que existem diferentes tipos de IPL, com diferentes aplicações. Acima de tudo, o paciente precisa ter ciência desse fato, bem como é importante entender que somente um oftalmologista pode aplicar a IPL para doenças oculares. Para além disso, o médico precisar ter experiência e treinamento para realizar o tratamento”, alerta a especialista.

Como funciona a luz intensa pulsada

Inicialmente, é importante compreender que a IPL usa uma lâmpada, que emite um flash de luz policromática (de uma única cor), num amplo espectro de comprimento de onda, o que a torna diferente da tecnologia do laser.

“A luz emitida propaga-se em várias direções e pode ser ajustada, com o uso de filtros, para contribuir no controle dos comprimentos da onda. A energia luminosa se transforma em energia térmica quando os fótons (partículas que compõem a luz e transportam energia) são absorvidos pela pele, processo chamado de fototermólise”, conta Dra. Tatiana.

Agora, vamos entender de forma mais didática como funciona a luz intensa pulsada para doenças oculares.

O efeito térmico da luz pulsada (calor) age de várias maneiras nas doenças relacionadas à disfunção das glândulas meibomianas (glândulas sebáceas que produzem a parte oleosa do filme lacrimal). 

“Quando aplicamos a luz pulsada, ela atinge os vasos sanguíneos, gerando calor na camada dérmica. Com isso, conseguimos amolecer as secreções e desobstruir as glândulas meibomianas. Outro efeito da IPL é a cauterização dos vasos sanguíneos próximos à superfície da pele. Esse efeito é essencial para diminuir as citocinas inflamatórias, que contribuem para a disfunção da glândula meibomiana”, ressalta Dra. Tatiana.

Além de todos esses efeitos, a luz intensa pulsada reduz ou elimina bactérias e ácaros Demodex, presentes na maioria dos pacientes com blefarite, calázio e terçol de repetição, olho seco e meibomite.

“Finalmente, após a aplicação da IPL, é crucial realizar a expressão manual das glândulas meibomianas. Dessa maneira, conseguimos remover todas as secreções acumuladas nas glândulas, o que também ajuda a restabelecer seu funcionamento”, finaliza a especialista.

Luz intensa pulsada para doenças oculares: o que você precisa saber

O tratamento com a luz intensa pulsada para doenças oculares é feito em 3 a 4 sessões, com intervalos de 15 dias. A recomendação é fazer um tratamento completo, anual, para manutenção dos resultados.

A aplicação acontece no consultório e permite a retomada das atividades logo após a sessão

Enfim, os estudos atuais sobre a luz intensa pulsada para doenças oculares mostram que o tratamento é efetivo para reduzir os sintomas em longo prazo, além de ser seguro e, geralmente, sem contraindicações.

Dra. Tatiana Nahas é oftalmologista especialista em cirurgia plástica ocular e anexos palpebrais. A médica atende em seu consultório no Itaim Bibi, na cidade de São Paulo.

O consultório fica na região do Itaim Bibi, na cidade de São Paulo.

Para mais informações, ligue para (11) 3071-3423

Matéria produzida pela jornalista pela Leda Maria Sangiorgio MTB 30.714 É expressamente proibida a cópia parcial ou total do material, sob pena da Lei de Direitos Autorais, número 10.695. 

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