Os sinais e sintomas do calázio, lesão inflamatória que atinge as pálpebras, são variados. Em geral, o primeiro sinal é o surgimento de uma “bolinha”, na parte interna da pálpebra superior, embora possa se desenvolver na inferior também. Normalmente, o calázio é indolor. Os demais sintomas são vermelhidão, inchaço e calor local.
Primordialmente, o calázio é um cisto formado pelo acúmulo de substâncias oleosas, produzidas pelas glândulas sebáceas das pálpebras, chamadas de glândulas de Meibômio. De acordo com Dra. Tatiana Nahas, oftalmologista especialista em cirurgia periocular e anexos palpebrais, o calázio é uma lesão inflamatória, que gera um nódulo (cisto), sem sinais de infecção.
“Em geral, os sinais e sintomas do calázio não costumam variar muito e são bem característicos. Entretanto, é comum confundir um calázio com um terçol, mas são condições diferentes. Uma das principais diferenças é que o terçol se desenvolve na margem palpebral, sendo de origem infecciosa. Já o calázio é de origem inflamatória e costuma surgir na parte interna das pálpebras”, comenta a especialista.
Existem alguns fatores de risco para desenvolver o calázio, como idade, presença de dermatite seborreica, rosácea, blefarite, meibomite e olho seco.
Calázio pode se tornar crônico?
Na maioria dos casos, o calázio é uma condição benigna, que costuma se resolver sem necessidade de tratamento. Por outro lado, o desaparecimento do cisto pode levar dias, semanas ou até meses. “Alguns calázios podem ser tornar uma condição crônica, por este motivo é importante procurar um oftalmologista quando o cisto não desaparece de forma espontânea”, diz Dra. Tatiana.
Como funciona o tratamento para amenizar os sinais e sintomas do calázio?
O tratamento inicial para o calázio é conservador. O paciente é orientado a realizar compressas mornas na pálpebra afetada, com o objetivo de amolecer o sebo contido dentro do cisto. O ideal é aplicar durante 15 minutos, de 2 a 4 vezes por dia. Na maioria dos casos, o calázio desaparece em torno de 30 dias.
Quando o calázio persiste por mais de um mês, pode ser preciso drená-lo para remover as substâncias acumuladas. Em outros casos, há necessidade de realizar uma cirurgia para retirar o calázio.
“Vale reforçar que quando temos calázios de repetição ou ainda calázios que não desaparecem, é preciso enviar uma amostra do tecido para ser analisado. Isto porque o carcinoma de células sebáceas pode se parecer com um calázio e é preciso descartar esta possibilidade”, alerta Dra. Tatiana.
Calázio de repetição pode melhorar com luz intensa pulsada
Uma outra possibilidade de tratamento para o calázio recorrente é a luz intensa pulsada (IPL). Em muitos casos, o calázio de repetição está relacionado à disfunção das glândulas meibomianas. Portanto, nestes pacientes a causa do calázio são alterações nas glândulas sebáceas.
“A IPL melhora o funcionamento das glândulas, bem como as desobstrui. Com isto, a produção do sebo volta ao normal, além de obtermos uma redução nos fatores inflamatórios associados ao calázio e demais doenças relacionadas a problemas nas glândulas sebáceas das pálpebras”, explica Dra. Tatiana.
“O tratamento com a IPL tem se mostrado eficaz, levando à remissão dos sinais e sintomas do calázio em longo prazo. Ao todo são indicadas de 3 a 4 sessões, com intervalo de 15 dias entre elas. Para manter os resultados é indicado realizar uma sessão da luz pulsada anualmente”, finaliza a especialista.