Calázio de repetição recorrente está ligado à disfunção das glândulas sebáceas das pálpebras
O calázio de repetição pode melhorar quando tratado com a luz intensa pulsada em associação com a retirada manual da secreção acumulada nas glândulas das pálpebras. Essa foi a conclusão de um estudo recente, publicado no periódico científico Frontier in Medicine.
A pesquisa apontou que a combinação da luz intensa pulsada com a extração manual da secreção acumulada é um tratamento eficaz e de baixo risco para reduzir a taxa de recorrência do calázio. Além disso, melhora a função das glândulas de Meibômio.
Graças aos benefícios, os pesquisadores recomendaram que esse tratamento combinado deve ser considerado como a primeira opção para os casos recorrentes ou ainda para pacientes que já passaram por mais de uma cirurgia de remoção do calázio.
Desobstrução após a luz pulsada é fundamental
Segundo Dra. Tatiana Nahas, oftalmologista e especialista em cirurgia plástica ocular, a remoção da secreção acumulada nas glândulas de Meibômio após a aplicação da luz intensa pulsada é essencial para o sucesso do tratamento. “O estudo mostrou algo que já aplicamos no dia a dia. O calázio de repetição quase sempre está ligado à meibomite, inflamação crônica nas glândulas que produzem a parte gordurosa do filme lacrimal, chamado de meibum”.
“Em algumas pessoas, essas glândulas inflamam e passam por alterações que levam à disfunção na produção e na secreção do meibum. A obstrução dos ductos propicia o acúmulo desse sebo que pode se transformar em um terçol e/ou calázio. Nesses casos, a luz intensa pulsada amolece essa secreção que precisa ser extraída de forma manual pelo oftalmologista”, acrescenta.
O amolecimento da secreção acumulada ocorre devido ao efeito térmico da luz intensa pulsada. Além disso, a terapia reduz os fatores inflamatórios e tem efeito na redução da colônia de ácaros Demodex, algo recorrente em pessoas com disfunções nas glândulas meibomianas.
Calázio de repetição: quais são os fatores de risco?
- Falta de higiene na região facial, especialmente nas pálpebras
- Excesso de oleosidade na pele
- Dermatite seborreica
- Rosácea
- Reposição hormonal, especialmente uso de testosterona
- Menopausa
“O calázio é uma condição frequente. Entretanto, a maioria dos casos se resolve de forma espontânea, sem necessidade de tratamentos ou intervenções. Em casos esporádicos, o calázio pode ser removido de forma cirúrgica. Por outro lado, quando o calázio ocorre de forma frequente, o ideal é investigar se está relacionado a problemas nas glândulas meibomianas. Nesses casos, o tratamento com a luz intensa pulsada pode ser mais eficaz para reduzir a recorrência”, afirma Dra. Tatiana.
“Mas vale reforçar que o tratamento proposto pelo estudo é o que já realizamos na prática. Isso quer dizer que a eficácia está relacionada à associação da luz intensa pulsada com a extração manual da secreção acumulada”, finaliza a especialista.
Calázio de repetição: como funciona o tratamento com a luz pulsada
O tratamento do calázio de repetição com a luz intensa pulsada é feito por meio de 3 sessões, com intervalo de 15 dias entre cada uma. O controle das crises, com remissão dos sintomas, pode durar até 3 anos. Recomenda-se, contudo, uma sessão de manutenção anualmente.
Dra. Tatiana Nahas é oftalmologista especialista em cirurgia plástica ocular.
O consultório fica na região do Itaim Bibi, na cidade de São Paulo.
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