A blefarite piora no verão, bem como em dias mais quentes, ao longo do ano. Tendo em vista que estamos próximos da chegada da estação mais quente do ano, hoje vamos entender melhor por que a blefarite piora no verão.
Sendo assim, para esclarecer as dúvidas sobre o agravamento dos sintomas da blefarite no verão, vamos entrevistar a oftalmologista Dra. Tatiana Nahas, especialista em cirurgia plástica ocular e anexos palpebrais.
Blefarite – O que é, sinais e causas
Primeiramente, é importante entender o que é blefarite. Trata-se de uma inflamação crônica que atinge a margem das pálpebras, aquela região em que as mulheres aplicam lápis de olho. Segundo um estudo, a blefarite pode atingir de 37 a 50% da população, sendo mais prevalente em mulheres acima dos 50 anos.
“Em geral, os principais sintomas são inchaço, vermelhidão nas pálpebras, visão embaçada, lacrimejamento, coceira, perda de cílios e acúmulo de secreção. Adicionalmente, essa secreção forma crostas na base dos cílios, lembrando caspas. Por esse motivo, a blefarite costuma ser denominada, popularmente, como caspas nos cílios”, explica Dra. Tatiana.
Acima de tudo, é importante entender que a causa da blefarite é um processo inflamatório crônico, que atinge as glândulas sebáceas das pálpebras. Essas estruturas produzem e secretam o meibum, a parte oleosa do filme lacrimal, essencial para manter a nutrição e a lubrificação da superfície ocular.
“Contudo, essa inflamação causa alterações na quantidade e na qualidade do meibum. Isso, por sua vez, leva à obstrução dos ductos glandulares, desencadeando os sintomas da blefarite. Uma boa parte dos pacientes possuem uma quantidade acima do normal de ácaros e bactérias, que também agravam a doença”, aponta Dra. Tatiana.
Por que a blefarite piora no verão?
Agora que você já entendeu melhor essa inflamação crônica que atinge as pálpebras, vamos compreender por que a blefarite piora no verão.
“Normalmente, o verão é uma estação mais quente e úmida, condições ideais para a proliferação de ácaros e bactérias. Para além disso, o calor aumenta a produção do meibum nas glândulas palpebrais. Dessa forma, a somatória desses fatores é uma explicação da piora da blefarite no verão ou nos dias mais quentes e úmidos, em geral”, ressalta a oftalmologista.
Adicionalmente, no verão também temos um aumento na produção do suor, que é composto por impurezas, óleos e sais, que também podem agravar os sintomas da blefarite.
Blefarite piora no verão, mas é possível gerenciar os sintomas
Definitivamente, a blefarite piora o verão. Mas, a boa notícia é que algumas medidas simples podem ajudar a amenizar os sintomas e desconfortos.
“O principal cuidado é redobrar a atenção com a higiene das pálpebras, hábito que deve ser diário quando há diagnóstico da blefarite. Em outras palavras: é crucial caprichar na limpeza das pálpebras e, no calor, pode ser necessário fazer isso mais de uma vez por dia”, reforça Dra. Tatiana.
Além de intensificar a higiene palpebral, quem tem blefarite precisa optar por protetores solares faciais ou aqueles específicos para a região das pálpebras. Outro cuidado importante é usar óculos de sol, bonés ou chapéus para proteger a região ocular dos raios solares.
Como fazer a Higiene das Pálpebras
- Aquecimento: O primeiro passo para limpar as pálpebras é aplicar calor na região, já que as secreções ficam endurecidas. Esse amolecimento é importante para não machucar a pele durante a remoção. O ideal é fazer uma compressa com água morna e deixar de 3 a 5 minutos em cada olho.
- Massagem: Depois da aplicação do calor, faça uma massagem sútil, de fora para dentro, para remover a secreção acumulada.
- Limpeza das pálpebras e dos cílios: O médico pode indicar um produto específico para essa etapa, ou você pode usar xampu neutro infantil, diluído em água. Com a ponta dos dedos, limpe as pálpebras e os cílios. Massageie suavemente, com movimentos circulares.
Cuidados gerais no verão
Para além dos cuidados com as pálpebras, também é importante lavar o rosto com produtos específicos para cada pele, remover corretamente a maquiagem, optar por produtos oil-free, especialmente aqueles para a pele do rosto (protetores, sabonetes, hidratantes etc.). Por fim, evite exagerar no skincare e usar produtos muito agressivos.
Tratamento para a blefarite
Embora a blefarite não tenha cura, tem tratamento. Hoje, uma das principais abordagens é a Luz Intensa Pulsada (IPL). “Trata-se de uma terapia, com resultados comprovados por meio de inúmeros estudos. A IPL leva à remissão dos sintomas em longo prazo, o que melhora a qualidade de vida do paciente, entre outros aspectos”, diz Dra. Tatiana.
A aplicação da luz intensa pulsada para blefarite acontece no consultório, sendo tranquila, indolor e segura. O protocolo de tratamento consiste em 3 a 4 sessões, com intervalo de 15 dias. A melhora dos sintomas ocorreu logo após as primeiras aplicações. Ao final do tratamento, muitos pacientes apresentam a remissão das manifestações, seja de maneira parcial ou completa, em longo prazo.
“Outra vantagem da IPL é que o paciente pode retomar suas atividades normalmente, após a sessão. A única recomendação é realizar uma manutenção anual, para assegurar que os sintomas não se manifestem novamente”, finaliza Dra. Tatiana.
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Marque sua consulta com a Dra. Tatiana Nahas, que é oftalmologista especialista em cirurgia plástica ocular e em doenças como a blefarite.
O consultório fica na região do Itaim Bibi, na cidade de São Paulo.
Para mais informações, ligue para (11) 3071-3423