O que causa a blefarite é uma dúvida muito comum em pacientes que recebem o diagnóstico, bem como em pessoas que apresentam alguns sintomas desta inflamação crônica, como as caspas nos cílios.
Primeiramente, é importante esclarecer que o que causa a blefarite pode variar de pessoa para pessoa. Além disso, pode haver mais de uma causa para essa condição oftalmológica.
Portanto, para ajudar a esclarecer o que causa a blefarite, vamos falar um pouco mais sobre o assunto, como a nossa entrevistada de hoje, a oftalmologista Dra. Tatiana Nahas, especialista em cirurgia plástica ocular e em doenças que afetam os anexos palpebrais.
O que é blefarite? O que causa a blefarite?
Segundo Dra. Tatiana Nahas, a blefarite se caracteriza por uma inflamação crônica nas glândulas sebáceas das pálpebras, conhecidas como glândulas de Meibômio. “Essas estruturas produzem e secretam o meibum, substância oleosa que faz parte do filme lacrimal. A lágrima é crucial para manter a superfície do olho nutrida e lubrificada. A cada vez que piscamos, o filme lacrimal é espalhado nos olhos por meio dos movimentos palpebrais”.
“Entretanto, algumas pessoas desenvolvem uma inflamação crônica nas glândulas de Meibômio e isso acarreta alterações na quantidade e na qualidade do meibum, que pode levar à obstrução dos ductos glandulares. Isso, por sua vez, leva ao acúmulo do sebo, podendo resultar no desenvolvimento da blefarite. Vale lembrar que a blefarite atinge as margens palpebrais, aquela região em que as mulheres costumam aplicar lápis de olho”, explica a médica.
Mas, afinal, o que causa a blefarite?
Apesar do nome um tanto quanto estranho, a blefarite é uma condição bastante prevalente, especialmente em pessoas acima dos 40 anos. Para além da idade, a prevalência é maior em mulheres do que em homens.
Agora, vamos falar um pouco mais sobre o que causa a blefarite. Confira abaixo:
Dermatite Seborreica
Embora a dermatite seborreica seja uma doença de pele, ela é resultado de alterações nas glândulas sebáceas, que produzem mais sebo do que o normal. Em algumas pessoas, a dermatite seborreica também afeta as glândulas sebáceas das pálpebras, resultando no desenvolvimento da blefarite.
Rosácea
A rosácea também é uma doença dermatológica, que causa espinhas, vasos sanguíneos aparentes na parte central do rosto e vermelhidão facial. Curiosamente, pessoas com rosácea costumam desenvolver a blefarite.
Menopausa
A menopausa é uma fase da vida da mulher caracterizada por alterações nos hormônios sexuais. Essas mudanças impactam no funcionamento das glândulas sebáceas, incluindo as glândulas de Meibômio. “Da mesma forma, muitas mulheres fazem a terapia de reposição hormonal durante a menopausa, o que também pode interferir no funcionamento das glândulas sebáceas, especialmente quando a reposição envolve o uso da testosterona”, aponta Dra. Tatiana.
Uso de testosterona e seus precursores
“A testosterona é um hormônio tipicamente masculino, embora as mulheres também o produzam, em menor quantidade. Em níveis mais elevados, pode alterar o funcionamento das glândulas sebáceas, acarretando a blefarite. A testosterona pode ser encontrada no famoso “chip da beleza”, implante hormonal usado para fins estéticos”, diz a especialista.
Outra forma comum da testosterona é nos chamados “anabolizantes”, usados por quem almeja a hipertrofia muscular. Por fim, existem alguns suplementos que são precursores da testosterona, ou seja, são substâncias que quando consumidas aumentam a produção natural do hormônio pelo corpo. Alguns exemplos são a maca peruana e DHEA.
Demodicose facial (infestação de ácaros Demodex)
Nem todo mundo sabe, mas a pele humana é repleta de micro-organismos que são essenciais para a saúde da derme, como os ácaros Demodex. Esses serem invisíveis a olho nu, colonizam a pele facial, bem como vivem nas glândulas sebáceas das pálpebras.
Contudo, algumas pessoas apresentam uma quantidade acima do normal dos Demodex, condição chamada de demodicose facial. Estima-se que mais da metade das pessoas com blefarite apresenta infestação de ácaros Demodex.
“Os ácaros Demodex brevis se instalam nas glândulas de Meibômio e, quando morrem, acabam liberando substâncias e toxinas, que podem agravar a blefarite ou até mesmo levar ao seu desenvolvimento, devido ao desencadeamento de um processo inflamatório crônico. A proliferação dos Demodex também leva ao engrossamento da camada exterior da pele das pálpebras, obstruindo os ductos glandulares”, comenta Dra. Tatiana.
Meibomite
A blefarite atinge a margem das pálpebras. Já a meibomite afeta a parte de dentro da margem palpebral. Geralmente, o paciente apresenta as duas condições ao mesmo tempo e pode ser desafiador definir o que veio antes: a blefarite ou a meibomite.
Caspas nos cílios é sintoma mais conhecido da blefarite
Popularmente, a blefarite é chamada de “caspas nos cílios”. Todavia, esse é apenas um dos sintomas da condição. Confira abaixo as demais manifestações:
- Inchaço e vermelhidão nas pálpebras
- Coceira
- Irritação
- Crostas na base dos cílios, que podem “grudar” os olhos, especialmente pela manhã
- Perda de cílios
- Sensibilidade à luz
- Excesso de produção de remela, que pode se acumular nos cantos dos olhos, próximo ao nariz
Procure o Oftalmologista
Como você pode entender na nossa reportagem especial, o que causa a blefarite pode variar de pessoa para pessoa. Sendo assim, na presença dos sintomas é importante procurar um oftalmologista para um exame completo. Após a confirmação do diagnóstico, o médico pode indicar o melhor tratamento, de acordo com a gravidade dos sintomas.
Luz Intensa Pulsada (IPL) melhora sintomas da blefarite em longo prazo
Além do tratamento clínico, atualmente existe uma abordagem terapêutica para a blefarite, especialmente em casos em que as crises são constantes e os sintomas não desaparecem, mesmo com o uso de medicamentos e outras medidas.
Trata-se da Luz Intensa Pulsada (IPL), uma energia térmica que no momento da aplicação age diretamente na inflamação crônica das glândulas de Meibômio. A IPL cauteriza os vasos sanguíneos que alimentam a inflamação, amolece as secreções presentes nas glândulas e nos ductos, além de eliminar a proliferação dos ácaros e outros micro-organismos que podem se instalar na região das pálpebras.
O protocolo do tratamento da blefarite com a IPL pode envolver de 3 a 4 sessões, com intervalo de 15 dias entre elas. Após o término, os sintomas entram em remissão em longo prazo. O paciente já sente melhora a partir da segunda aplicação.
A IPL é aplicada em consultório, sendo indolor, rápida e permite que o paciente retome suas atividades logo em seguida.
Conheça a tecnologia por trás da IPL, leia mais aqui.
Conclusão sobre o que causa a Blefarite
“Em suma, o que causa a blefarite é variável. O mais importante é o paciente ficar atento aos sinais e sintomas. Na persistência das manifestações é crucial procurar o oftalmologista”, finaliza Dra. Tatiana.
Tratamento da Blefarite em São Paulo
Dra. Tatiana Nahas é oftalmologista especialista em cirurgia plástica ocular, bem como realiza o tratamento da Blefarite com a Luz Intensa Pulsada (IPL).
O consultório fica na região do Itaim Bibi, na cidade de São Paulo.
Para mais informações, ligue para (11) 3071-3423
Matéria produzida pela jornalista
Leda Maria Sangiorgio
MTB 30.714
É expressamente proibida a cópia parcial ou total do material, sob pena da Lei de Direitos Autorais, número 10.695.