O surgimento de caspas nos cílios e pálpebras avermelhadas são sintomas bastante característicos da blefarite, inflamação crônica que atinge as margens palpebrais. Essas caspas nos cílios podem ser bastante incômodas e costumam ficar mais evidentes ao acordar. O paciente pode amanhecer, inclusive, com os olhos grudados.
Mas, antes de falarmos mais sobre os sinais e sintomas da blefarite, como as caspas nos cílios e as pálpebras avermelhadas, é importante entender melhor a doença.
Segundo Dra. Tatiana Nahas, oftalmologista especialista em cirurgia plástica ocular e anexos palpebrais, a blefarite está associada a problemas nas glândulas sebáceas das pálpebras, chamadas de glândulas de Meibômio. “Essas estruturas produzem e secretam o meibum, sebo que compõe a camada oleosa do filme lacrimal. A lágrima é essencial para manter a superfície ocular nutrida e lubrificada”.
“A blefarite se caracteriza por um processo inflamatório crônico nas glândulas meibomianas, que altera a quantidade e qualidade do sebo. Isso, por sua vez, pode levar à obstrução dos ductos e acúmulo das secreções nas margens palpebrais e nos cílios. Quando essa secreção seca, se assemelha às caspas que aparecem no couro cabeludo, formando crostas nas margens palpebrais”, explica a especialista.
Caspas nos cílios e pálpebras avermelhadas não são únicos sintomas da blefarite
Além das caspas nos cílios e das pálpebras avermelhadas, a blefarite causa outros sintomas como coceira, perda de cílios, lágrima espumosa, irritação nos olhos, aparecimento de vasinhos evidentes nas bordas palpebrais, secura na superfície ocular e sensibilidade à luz.
Fatores de risco para a blefarite
A blefarite, embora tenha um nome diferente e pouco conhecido da população em geral, é uma doença bastante comum, especialmente em pessoas com mais de 50 anos. Entretanto, é importante esclarecer que até mesmo crianças podem desenvolver essa inflamação crônica nas pálpebras.
Agora, vamos conferir os principais fatores de risco, ou seja, condições que aumentam a chance de uma pessoa desenvolver a blefarite.
Dermatite seborreica: trata-se de uma condição dermatológica, que leva as glândulas sebáceas a produzirem mais sebo do que o normal. Na pele, a condição causa vermelhidão, coceira e pode provocar a descamação da pele. Como se trata de uma disfunção nas glândulas sebáceas, também pode afetar as que se localizam nas pálpebras.
Rosácea: é outra doença inflamatória crônica que atinge a pele, causando espinhas, vasos sanguíneos aparentes na zona central da face e vermelhidão. Estima-se que 20% das pessoas com rosácea também desenvolvem a blefarite.
Menopausa: nessa fase da vida da mulher, ocorrem inúmeras mudanças na produção e na secreção dos hormônios e isso pode impactar no funcionamento das glândulas sebáceas. Outro ponto é que muitas mulheres fazem reposição de hormônios, que também podem alterar a produção e a secreção das glândulas sebáceas.
Demodicoses facial (infestação de ácaros Demodex): estudos apontam que quase 60% das pessoas com blefarite apresentam infestação de ácaros Demodex nos cílios e nas pálpebras. Esses micro-organismos agravam a inflamação crônica e podem retardar a melhora dos sintomas, quando não há um tratamento específico para eliminá-los.
Tratamento para caspas nos cílios e pálpebras avermelhadas
“O tratamento para blefarite pode ser feito de várias maneiras. Nos casos mais leves, podemos usar alguns medicamentos e medidas de limpeza e cuidados com as pálpebras. Porém, quando o paciente apresenta um quadro mais crônico, com muitas crises e sintomas persistentes, podemos indicar a Luz Intensa Pulsada (IPL)”, aponta Dra. Tatiana.
“A luz pulsada é uma energia térmica, que quando aplicada age de várias maneiras. Em primeiro lugar, ela ajuda a amolecer as secreções endurecidas. Ela também reduz os fatores inflamatórios, pois cauteriza os vasinhos que nutrem a inflamação. Outro efeito é a eliminação dos ácaros Demodex e/ou de bactérias, que também podem estar presentes nos quadros de blefarite”, conta a oftalmologista.
Ao término da aplicação, realizamos a remoção manual das secreções acumuladas nas glândulas sebáceas das pálpebras. Em geral, o protocolo de tratamento da blefarite prevê de 3 a 4 sessões, com intervalo de 15 dias entre elas. A melhora dos sintomas já pode percebida após as primeiras aplicações.
“Na maioria dos casos, a IPL leva à remissão parcial ou completa dos sintomas, em longo prazo. Por último, recomendamos um tratamento anual para manutenção dos resultados”, finaliza Dra. Tatiana.
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Onde encontrar tratamento para as caspas nos cílios e pálpebras avermelhadas?
A Dra. Tatiana Nahas é oftalmologista especialista em doenças das pálpebras. A médica atende em seu consultório no Itaim Bibi, na cidade de São Paulo e realiza o tratamento do terçol com luz pulsada.
O consultório fica na região do Itaim Bibi, na cidade de São Paulo.
Para mais informações, ligue para (11) 3071-3423