Entenda a relação do olho seco com a blefarite e a meibomite

Entenda a relação do olho seco com a blefarite e a meibomite

O mês de julho foi eleito para aumentar o conhecimento sobre o olho seco, doença que pode afetar de 5 a 50% da população adulta, por meio do movimento Julho Turquesa. O que poucas pessoas sabem é que existe uma forte relação entre o olho seco, blefarite e a meibomite

Segundo Dra. Tatiana Nahas, oftalmologista geral e especialista em cirurgia periocular, a síndrome do olho seco é uma doença da superfície ocular, causada por problemas no filme lacrimal, popularmente chamado de lágrima. A origem do olho seco, em 80% dos casos, está associada à disfunção das glândulas sebáceas das pálpebras, chamadas de glândulas de Meibômio.

“As glândulas meibomianas produzem lipídios e proteínas, que compõem a camada de gordura do filme lacrimal. Ao todo, o filme lacrimal possui três camadas, sendo as demais a aquosa e a mucosa. Cada vez que piscamos, a lágrima é distribuída na superfície ocular. A camada de gordura é crucial para manter a superfície ocular lubrificada, para evitar a evaporação rápida do filme lacrimal, bem como para proteger a região contra micro-organismos”, explica a especialista.  

“Algumas pessoas desenvolvem uma inflamação crônica nas glândulas de Meibômio, que afeta a qualidade e a quantidade do filme lacrimal. O resultado é o desenvolvimento do olho seco e, quase sempre, da meibomite e da blefarite. Esses pacientes também costumam ter episódios recorrentes de terçol e calázio”, aponta Dra. Tatiana.

Olho seco, blefarite e meibomite – O que você precisa saber

A meibomite é a inflamação das glândulas meibomianas e ocorre na parte interna da margem das pálpebras. Já a blefarite afeta a base dos cílios, a parte mais externa das margens palpebrais, na base dos cílios.

“Ambas as condições resultam da obstrução dos ductos das glândulas de Meibômio. O sebo perde sua qualidade e quantidade. Portanto, o filme lacrimal perde sua estabilidade, evapora mais rápido, bem como não consegue proteger e nutrir adequadamente a superfície ocular. Todas essas condições desencadeiam o olho seco, além da meibomite e da blefarite”, diz Dra. Tatiana.

Olho Seco, Blefarite e Meibomite compartilham fatores de risco

A idade é um dos principais fatores de risco do olho seco, da meibomite e da blefarite. A prevalência dessas doenças é maior em pessoas com mais de 50 anos, embora qualquer pessoa, inclusive crianças, podem desenvolvê-las.

Para além da idade, há outros fatores de risco como:

  • Rosácea
  • Dermatite seborreica
  • Uso de hormônios, principalmente de testosterona
  • Uso prolongado de lentes de contato
  • Uso de colírios para glaucoma]
  • Estar na menopausa
  • Ser mulher

Olho seco, blefarite e meibomite podem ser agravadas devido à proliferação de ácaros

Outra característica em comum entre o olho seco, a meibomite e a blefarite é a infestação de ácaros Demodex. Esses micro-organismos se proliferam e, com isso, liberam substâncias que agravam o processo inflamatório. A maioria dos pacientes com doenças da superfície ocular apresentam quantidades acima do esperado de ácaros Demodex.

Sinais e sintomas podem ser parecidos

Os sinais e sintomas do olho seco, da meibomite e da blefarite são bem parecidos, embora alguns sejam mais específicos de algumas das condições. Contudo, em geral, as manifestações mais comuns são:

  • Secura ocular
  • Irritação
  • Coceira (nas pálpebras e nos olhos)
  • Lacrimejamento excessivo (defesa do corpo na tentativa de compensar a falta de lubrificação da superfície ocular)
  • A lágrima fica com aspecto espumoso
  • Ardência
  • Olhos grudados ao acordar, mais comum em que tem blefarite e/ou meibomite associadas ao olho seco
  • Caspas nos cílios (típico sinal da blefarite)
  • Sensação de corpo estranho no olho

Tratamento do olho seco, blefarite e meibomite – o que há de novo

Uma vez que existe uma forte associação entre o olho seco, a meibomite e a blefarite, muitos tratamentos podem não ser eficazes para melhorar os sintomas de todas as doenças. “Os tratamentos clínicos tratam os sintomas, mas não a causa, que é justamente a inflamação crônica nas glândulas meibomianas”, adiciona Dra. Tatiana.

Portanto, a abordagem terapêutica precisa interromper o “ciclo vicioso” que se instala no olho seco, na meibomite e na blefarite, relacionada à inflamação crônica das glândulas palpebrais.

A boa notícia é que hoje já existe um tratamento capaz de levar à remissão dos sintomas em longo prazo das três doenças: olho seco, meibomite e blefarite. Trata-se da IPL – Luz Intensa Pulsada. A IPL tem um efeito térmico que age de várias maneiras. Quando ela é absorvida pelos vasos sanguíneos, gera calor na camada de gordura, que amolece as secreções e contribui para a desobstrução dos ductos glandulares.

“Outro efeito crucial é a cauterização dos vasos sanguíneos, próximos à superfície da pele. Isso é essencial para reduzir as citocinas pró-inflamatórias, que contribuem para o agravamento e cronicidade das doenças da superfície ocular. Por fim, o IPL reduz ou elimina bactérias e ácaros Demodex, envolvidos em todas as condições, como já falamos acima”, adiciona a especialista.

Vale lembrar que após a aplicação da IPL, o oftalmologista precisa fazer a remoção manual das secreções endurecidas nas glândulas de Meibômio. A luz pulsada consegue restabelecer a função das glândulas meibomianas e, com isso, leva à remissão dos sintomas em longo prazo.

IPL para olho seco, blefarite e meibomite – Como funciona o tratamento

Antes de tudo, é essencial procurar um oftalmologista que tenha experiência no tratamento das doenças da superfície ocular com a IPL. Para além disto, o equipamento é específico para doenças oftalmológicas.

Outras coisas que você precisa saber:

  • O tratamento demanda de 3 a 4 sessões, com intervalos de 15 dias. A recomendação é fazer uma sessão anual para manutenção dos resultados
  • A aplicação pode ser feita em consultório e permite a retomada das atividades logo após a sessão
  • O tratamento é seguro, sem efeitos colaterais (desde que feito por um especialista, com equipamento adequado e equipamentos de proteção, como óculos que protege os olhos)
  • Cada sessão dura em torno de 3 a 5 minutos
  • É indolor, feito sem sedação
  • Não é necessário repouso, nem cuidados especiais
  • Resultados imediatos e cumulativos

Conclusão

Em conclusão, como vimos, tanto o olho seco, como a meibomite a blefarite, são doenças oculares que afetam muito a qualidade de vida. Sem tratamento, podem evoluir e causar danos importantes na córnea e isso pode causar problemas sérios na visão.

“Portanto, na presença dos sinais e sintomas, a pessoa precisa procurar um oftalmologista para uma avaliação e, se for o caso, para o tratamento”, finaliza Dra. Tatiana.

A Dra. Tatiana Nahas é oftalmologista especialista em doenças das pálpebras. A médica atende em seu consultório no Itaim Bibi, na cidade de São Paulo e realiza o tratamento da blefarite com luz pulsada.

O consultório fica na região do Itaim Bibi, na cidade de São Paulo.

Para mais informações, ligue para (11) 3071-3423

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