Síndrome do Olho Seco: Causas, Sintomas e Tratamento

Síndrome do Olho Seco: Causas, Sintomas e Tratamento

A síndrome do olho seco é uma das doenças mais comuns que afetam a superfície ocular. Esta região é formada pela córnea, conjuntiva, episclera e esclera (parte branca do globo ocular). Estima-se que o olho seco pode afetar de 5 a 50% da população em geral, sendo mais comum em mulheres após a menopausa.

Segundo Dra. Tatiana Nahas, oftalmologista especialista em cirurgia plástica ocular, há dois tipos de olho seco. O olho seco evaporativo é o mais prevalente. Esta forma está relacionada a alterações no funcionamento das glândulas sebáceas das pálpebras. As outras causas são o uso prolongado de lentes de contato, uso de colírios para glaucoma, doenças como rosácea e dermatite”.

Olho Seco Evaporativo

Estudos apontam que a disfunção das glândulas meibomianas está relacionada a cerca de 60% de todos os casos de olho seco. Além disto, cerca de 80% dos casos de olho seco são de origem evaporativa.

“As glândulas de Meibômio produzem e secretam a parte gordurosa do filme lacrimal. Estes lipídios são essenciais para promover a estabilidade e evitar a evaporação da lágrima. A estabilidade do filme lacrimal mantém a superfície ocular nutrida e lubrificada”, comenta Dra. Tatiana.

O mecanismo mais comum da meibomite é a baixa entrega do meibum (parte lipídica do filme lacrimal) devido à obstrução da glândula. O acúmulo do sebo leva à inflamação crônica que resulta nas anormalidades e instabilidade das lágrimas. “A camada lipídica evita a evaporação da água do filme lacrimal e é, portanto, crucial na manutenção de uma superfície ocular saudável”, adiciona.

Olho Seco por deficiência aquosa

O olho seco causado por deficiência aquosa está relacionado ao mau funcionamento das glândulas lacrimais e responde a 20% dos casos da doença.

“A causa mais comum deste tipo de seco é a síndrome de Sjögren, doença autoimune que pode causar obstrução do ducto da glândula lacrimal ou deficiência na produção da parte aquosa do filme lacrimal. Também pode estar associado a efeitos adversos de medicamentos usados para tratar outras doenças”, aponta a médica.

Síndrome do Olho Seco é uma doença multifatorial

 Ao longo dos anos, as pesquisas sobre o olho seco apontaram que se trata de uma doença multifatorial. Em todas as formas da condição nota-se a perda da estabilidade (homeostase) do filme lacrimal.

“Este desequilíbrio leva aos sintomas como a queda da qualidade e da quantidade das lágrimas. Isto, por sua vez, leva a uma inflamação crônica da superfície ocular. O resultado é o surgimento dos sintomas como secura ocular, irritação, vermelhidão, sensação de corpo estranho nos olhos e sensibilidade à luz”, explica Dra. Tatiana.

Olho Seco e Fatores de Risco

  • Sexo – As mulheres têm risco aumentado para desenvolver o olho seco devido, principalmente, às alterações hormonais. A reposição hormonal na menopausa aumenta a chance de a mulher desenvolver o olho seco.
  • Medicamentos tópicos – O uso de colírios para tratamento do glaucoma ou de colírios sem prescrição médica aumentam o risco de desenvolver o olho seco. A explicação é a presença de conservantes na composição destes medicamentos. Este produto “dissolve” a camada lipídica do filme lacrimal, altera sua composição.
  • Lentes de contato – O uso de lentes de contato é comumente associado ao aparecimento do olho seco. Um estudo epidemiológico mostrou que 50% dos usuários de lentes de contacto apresenta sintomas de olho seco. A explicação é que os dispositivos alteram a camada lipídica do filme lacrimal aumentando a taxa de evaporação. O acúmulo de células epiteliais descamadas seriam responsáveis ainda pela obstrução das glândulas sebáceas.
  • Cirurgia Refrativa – Pessoas que já passaram por uma cirurgia para correção do grau têm risco aumentado para desenvolver o olho seco. O risco está associado a maior magnitude do grau, que exige uma manipulação mais profunda da córnea.
  • Demodicoses – A infestação de ácaros Demodex está ligada ao desenvolvimento da meibomite, que por sua vez altera a camada lipídica do filme levando ao olho seco.

Sintomas

  • Secura ocular
  • Coceira
  • Ardência
  • Vermelhidão
  • Irritação
  • Sensação de corpo estranho
  • Sensibilidade à luz

Olho seco e luz pulsada

A partir do diagnóstico do tipo de olho seco, há algumas opções de tratamento. No caso do olho seco evaporativo, associado à disfunção das glândulas meibomianas, é possível usar a luz intensa pulsada.

“O objetivo do tratamento é aumentar a qualidade e a quantidade da expressão do meibum. A luz intensa pulsada é uma energia térmica que atua na redução dos fatores inflamatórios. Além disto, diminui a proliferação de micro-organismos como os ácaros Demodex. Por fim, a luz pulsada amolece as substâncias acumuladas nas glândulas. Após a aplicação, o médico remove manualmente as secreções para desobstruir os ductos”, conta Dra. Tatiana.

A partir destes efeitos, o funcionamento das glândulas de Meibômio volta ao normal e isto melhora a qualidade do filme lacrimal. Como resultado, há melhora significativa dos sintomas do olho seco.

O tratamento para o olho seco por deficiência aquoso é diferente. Quando está associado a doenças sistêmicas, espera-se a melhora a partir do tratamento da causa primária. “Nestes casos, a abordagem pode envolver mudança de hábitos e alguns cuidados, como o uso de lágrimas artificias e lubrificantes oculares”, cita a médica.

Mudança de hábitos

Juntamente com a luz intensa pulsada, o paciente precisa adotar alguns hábitos e modificar outros. O ideal é trocar as lentes de contato por óculos. Quem usa colírios precisa optar por aqueles sem conservantes. O uso de hormônios também deve ser revisto.

Um hábito comum para melhorar a secura ocular é usar colírios lubrificantes. Hoje já existem colírios com adição de componentes lipídicos. Estes produtos são interessantes, pois conseguem estabilizar a camada de gordura e reduzir a evaporação do filme lacrimal.

Olho seco pode evoluir e causar danos na córnea

“O olho seco pode evoluir e causar danos na córnea, como úlceras e cicatrizes. Por isso, ao apresentar os sintomas sugestivos da doença, é preciso procurar um oftalmologista, especialmente se o paciente apresenta fatores de risco associados ao olho seco”, finaliza Dra. Tatiana.

 

A Dra. Tatiana Nahas é oftalmologista especialista em doenças das pálpebras. A médica atende em seu consultório no Itaim Bibi, na cidade de São Paulo e realiza o tratamento do terçol com luz pulsada.

Dra. Tatiana Nahas

O consultório fica na região do Itaim Bibi, na cidade de São Paulo.

Para mais informações, ligue para (11) 3071-3423

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