15% dos ataques ocorrem na face e na maior parte dos casos vítimas são crianças
Dizem por aí que os cães são os melhores amigos dos homens. E dados do Instituto Brasileiro e Geografia e Estatística (IBGE) comprovam que os brasileiros são mesmo apaixonados pelos animais de estimação. Pelo cadastro de PETs, são 53 milhões de cães e 22 milhões de gatos. Entretanto, embora a convivência com os bichinhos seja benéfica, pode trazer alguns riscos, como mordidas e ataques.
De acordo com um levantamento da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, as crianças entre 5 e 9 anos são as principais vítimas de mordidas de cães. O segundo grupo mais afetado é o de crianças entre 0 e 4 anos.
Instinto animal
A convivência com os cães pode ser muito benéfica para a criança, porém é preciso lembrar que o cão é um ser irracional e pode agir por instinto, caso se sinta ameaçado de alguma forma.
Crianças são curiosas por natureza e quanto mais novas, menor a noção do que pode ser interpretado pelo animal como um carinho ou como ameaça.
Elas podem apertar, puxar as orelhas, o rabo, etc. Cada animal tem sua própria personalidade e, com isso, pode ser impossível prever a reação do cão frente ao tratamento dado pela criança, por mais dócil que o animal seja.
Lesões podem ser graves
De acordo com Dra. Tatiana Nahas, Chefe do Serviço de Plástica Ocular da Santa Casa de São Paulo, a face é um dos locais mais afetados pelos ataques, justamente pela altura da criança.
“Uma mordida ou até mesmo um arranhão na região dos olhos pode ser muito grave. Entre as lesões que podem acontecer estão laceração da córnea, lacerações que envolvem as margens das pálpebras e lacerações caniculares, que afetam os canais lacrimais. Dependendo da gravidade serão necessárias várias cirurgias plásticas reconstrutivas e, posteriormente, estéticas”, conta Dra. Tatiana.
Há ainda outros riscos envolvidos em mordidas e arranhões de animais domésticos, como transmissão da raiva e infecção dos ferimentos. “A infecção da lesão é o que mais preocupa, já que a saliva do animal é repleta de micro-organismos prejudiciais ao ser humano. Por isso, a primeira atitude é lavar o ferimento com água e sabão e em seguida procurar um pronto atendimento. O médico irá avaliar também se há necessidade de profilaxia antirrábica e antitetânica”, explica a médica.
Como prevenir
- Jamais deixe a criança se aproximar de um cão desconhecido na rua, no prédio, etc.
- Caso o animal seja da família, sempre supervisione quando a criança for brincar com o ele. Lembrando que a maioria dos acidentes ocorre com cães da família e não com cães de rua ou de outras pessoas
- Vacine seu cão contra a raiva
- Por mais dócil que o cão seja, lembre-se que é um ser irracional e pode interpretar um aperto ou puxão de rabo como uma ameaça e reagir
- Ensine a criança que tipo de carinho o animal gosta e a ensine a respeitar o animal
- Isole o animal no momento da alimentação, pois eles não gostam de ser incomodados quando comem
- Pense em adestrar o animal para controlar melhor seu comportamento
- Quando for comprar um cão para uma criança, pesquise as raças mais adequadas e mais dóceis para os pequenos